quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

O Sexo Sagrado

Como a Terapêutica Tântrica pode ajudar?



Não é fácil definir o sexo. Quando falamos no assunto, emerge uma gama de infinitas variações sobre o tema, que nunca se esgota.
O sexo evoluciona a espécie e também evolui por intermédio dela, adquirindo novas e inimagináveis variações que podem surpreender aqueles que nunca se aventuraram a conhecer os verdadeiros prodígios dessa força poderosa, capaz de dotar de componente vital as partículas materiais movimentadas da natureza.
Há um sexo primitivo, grotesco e animal, atuando como uma força da natureza sobre as espécies, para que se multipliquem, assim como há um sexo sublimado, elevado às esferas das potências infinitesimais, como na homeopatia, carregada das qualidades potenciais sutilizadas, capazes de elevar a consciência do homem até a sua condição divina e celestial.
O sexo pode se manifestar como a conformação física e orgânica, celular e particular, que permite distinguir o homem e a mulher, o masculino e o feminino, atribuindo-lhes os papéis que desempenham, de forma comportamental ou mais específica, para a reprodução. Essa fonte de energia determina o conjunto das características corporais que diferenciam, nas espécies, os machos e as fêmeas, permitindo-lhes a reprodução e a multiplicação.
Intrinsecamente associado à fertilidade e ao prazer, o sexo também pode ser uma chave de acesso para a evolução interior. Antigas escolas de mistérios já estudavam o potencial transcendente que possibilitam os estados alterados de percepção e de consciência, capazes de dominar e ressignificar o poderoso instinto de vida, canalizando a consciência, a comunicação e a expressão da vida para outros níveis de manifestação.
Essa manifestação do poder do sexo, exercida sobre as criaturas a todo o momento, é que determina a qualidade de vida que o indivíduo experimenta em sua vida. A força sexual nos movimenta de forma inconsciente, modelando o nosso comportamento e regulando aspectos de nossa vitalidade física, mental, emocional e espiritual.
A força reguladora da nossa vida movimenta-se organicamente através dos genitais e também pelas glândulas, ativando os hormônios determinantes das emoções.
A energia sexual é esplêndida. Gera prazer e traz ao mundo os bebês, perpetuando a nossa espécie, regulando o futuro da nossa geração. Sem o ato sexual de nossos pais, nenhum de nós estaria aqui. Com o sexo, nos eternizamos nas futuras gerações através da propagação dos nossos genes.
Historicamente, sexo e espiritualidade foram parceiros de cama complicados. Enquanto algumas religiões da antiguidade incluíam a sexualidade em seus ritos, outras procuravam controlá-la, tanto pela supressão ou por severas limitações de sua expressão. A maioria das religiões dominantes no mundo sempre pregou a sublimação das práticas sexuais, tentando canalizá-las para formas socialmente aceitáveis, como o casamento. Infelizmente, a sublimação proposta pelas religiões nunca foi conquistada, pois falta a orientação adequada para que a qualidade da energia sexual seja alterada, levada a uma condição livre e independente dos aspectos primitivos do desejo e do apetite instintivo sexual.
O sexo sagrado aproveita o poder da sexualidade com o objetivo de acelerar a transformação pessoal e intensificar o nosso crescimento espiritual. As meditações tântricas que objetivam a sexualidade sagrada não exigem a penetração, por exemplo. Antes de penetrar, o homem precisa desenvolver-se em suas habilidades em manter-se eretivo por um bom tempo, sem a necessidade de ejacular. A Shakti (a mulher), conhecendo todo o potencial do Shiva (o homem) em sustentar o prazer, a entrega e o orgasmo em níveis mais elevados, pode relaxar e entregar-se livremente às energias que a elevam. Se a mulher (a Shakti) se preocupa com a possibilidade de engravidar, ela produz tensão, medo e ansiedade.
A ejaculação não é necessária, a não ser para fins de procriação, de fertilização, ou quando os parceiros estejam livres da perspectiva da gravidez. Nesse aspecto, as práticas meditativas oferecem uma incrível variação de campos de energia que atraem almas pacíficas e sintonizadas com a luz. Quando uma Shakti é fecundada nessas condições energéticas que sintonizam espíritos de maior evolução (os Avatares), nossa espécie humana também se beneficia, pois as práticas grotescas e primitivas do sexo convencional atraem espíritos compatíveis com a degradação moral, desvirtuamento de valores, violência e práticas viciosas que são acometidas no momento do coito e da fecundação.
O propósito maior do Tantra é abrir um canal de comunhão entre os seres encarnados e seres de outras esferas existenciais que também transitam no nosso sistema. Infelizmente, vivemos entre culturas que degeneram a importância dessa energia vital (kundalini) e transgridem o papel do feminino e do masculino, criando sistemas extremamente agressivos e indignos para a espécie humana.
O Tantra se propõe a revelar o aspecto sagrado dos seres humanos, colocando-os na condição de seres capazes de transitar entre mundos dissociados do prazer efêmero e das posses materiais.
O Tantra é um estado e uma condição onde a liberdade prepondera, como um estado de consciência e não como uma liberalidade que atropela todos os valores. O Tantra quer criar uma sociedade de igualdade, baseada no amor e na ética cósmica e celestial, presente como fonte geradora e sustentadora da vida.
Várias tradições antigas tentaram incluir a sexualidade em seus ritos religiosos. Por volta de 3.000 A.C., os Sumérios encenavam ritualmente o Casamento Sagrado - a união entre uma sacerdotisa de sua deusa Inanna e um sacerdote-príncipe, como um meio de obter favores da deusa para suas cidades. Na Grécia, existiu um tipo de sexo ritual, chamado de hiero gamos, que consistia na tradicional reconstituição do casamento da deusa do amor e da fertilidade com seu amante, o jovem e viril deus da vegetação. Fontes antigas sugerem que havia certas práticas entre adeptos das escolas de Mistérios dos Eleusis, dedicadas à deusa Deméter. Há evidências de que certos rituais também eram praticados pelos Egípcios no culto da Ísis e ele tenha permanecido até a era Romana.

Qual a relação do Tantra com o Sexo?

De todas as formas de prazer, a mais contagiante e transbordante é o prazer sexual. A maior fonte de prazer que o ser humano pode experimentar é o orgasmo. Mas o orgasmo ainda está longe de ter todo o seu potencial desenvolvido e compreendido pela sociedade humana. Existem alguns fatores físicos e psicológicos que interferem negativamente sobre a natureza, a qualidade e a intensidade do orgasmo, afetando ou até mesmo anulando o seu potencial de transcendência.
Sobre o ponto de vista físico, as dificuldades se relacionam com o baixo tônus muscular dos músculos sexuais (os músculos penianos do homem e os músculos clitorianos e intravaginais da mulher). Como a sexualidade foi despertada de forma imprópria na espécie humana, normalmente com as práticas masturbatórias, muitos componentes de ansiedade e de rapidez da experiência orgástica prevaleceram, condicionando a experiência de orgasmo a situações antagônicas de medo, ansiedade e insegurança. Os fatores psicológicos foram determinantes em muitas situações, desqualificando a descoberta do prazer sexual, situando-a como algo sujo, proibido, prevaricado, indigno; feito nos porões escuros e subterrâneos da alma, sem que ninguém possa saber, como um ato de isolamento e de pecado.
Se você trabalhar sobre esse tipo de prazer, o orgasmo - e sobre esse instinto poderosíssimo, que é o instinto de preservação da espécie, a energia sexual começa a trabalhar a seu favor, liberando novos aspectos da sua sacralidade e da sua conexão com a fonte espiritual da vida, dando-lhe novas informações sobre o sentido e a importância de viver.
O orgasmo foi totalmente distorcido de seu propósito original, que é vibrar as células do corpo com tamanha originalidade que uma certa florescência luminosa impregna as células reprodutivas do corpo, abrindo sintonia com fontes mais elevadas e evoluídas ligadas à nossa natureza ancestral. É possível alcançarmos um grande Orgasmo, de proporções cósmicas que nos ligam às frequências do êxtase universal, onde um gozo de beatitude sideral nos conecta diretamente com a fonte da criação. Quando um casal harmonizado e envolvido por essa energia experimenta um orgasmo conjuntivo, integrado, que acontece aos dois ao mesmo tempo, com grande intensidade, há uma ligação espiritual que os coloca em sintonia com outras esferas, onde também se afinizam com seres que vibram nessa magnitude.
A compreensão do poder dessa sexualidade invoca um estado de consciência que integra o seu poder criador e os seus benefícios sobre a evolução do nosso mundo. Ao longo dos anos, tenho testemunhado a experiência de inúmeras pessoas que já experimentaram esse processo de transcendência. Muitas delas fazem parte hoje da rede de terapeutas credenciados pela Comunna Metamorfose, atuando e trabalhando no propósito de despertar em outros essa consciência da unidade, que não se nega a experimentar o caminho da elevação da energia Kundalini de forma consciente e equilibrada.
A descoberta da frequência mais elevada da sexualidade sagrada tem relação com a expansão do estado de amor, independentemente da condição dos parceiros serem heterossexuais ou homossexuais. Tem a ver com dois seres humanos dando prazer um ao outro, dedicando-se com a atenção focada em planos mais elevados de percepção, elevando o potencial do outro para penetrar nas altas esferas dos planos criativos.
O objetivo maior é o amor como essência e como condição básica da vida. É o reconhecimento e a constatação de que vivemos num Oceano Cósmico Universal, onde a água é substituída por um outro caldo energético, denominado amor. A conexão com essa fonte generosa de amor constitui-se como a experiência mais significativa da nossa vida, criando memórias que nos acompanharão eternamente, pois esses liames com a fonte do amor não podem jamais serem rompidos ou esquecidos.
Esse é o princípio do Tantra, cuja relação sexual é chamada de Sahaja Maithuna. No Tantra, a mulher, chamada de "Shakti" - termo que significa energia - é reverenciada como uma divindade. Ao invés de ser possuída, é ela quem “possui”, é ela que, através de seus movimentos, conduz todo o ato. Para o desenvolvimento da Sahaja Maithuna, é necessário preparar o corpo físico, condicionando os músculos sexuais para sustentarem uma qualidade maior de energia por um período de tempo suficiente. É necessário também desenvolver os sentidos físicos, preparando os agentes sensoriais para alterar o "Gunas" (a qualidade) das sensações; a visão se altera, a audição abre novas perspectivas cerebrais, o olfato e o paladar se alteram e o tato adquire uma condição elétrica que produz um efeito muito especial sobre o nosso corpo, de aspecto vibracional. Tudo isso junto para propiciar aos praticantes um novo estado de orgasmo cósmico, impregnado de uma nova resposta sexual, denominada de "Experiência Oceânica".
Encarar a sexualidade como um caminho na busca pelo auto-conhecimento e a evolução interior é um reencontro com o modo como nossos ancestrais cultuaram o sexo e a sexualidade, longe do hedonismo que parece prevalecer nos dias de hoje. Através da sexualidade sagrada, homens e mulheres conectam-se com um aspecto primordial da vida, onde prevalecem o direito, o amor, a liberdade e a justiça, campo fértil para a ampliação do nosso estado de consciência e expansão da nossa criatividade.
Esse caminho só será percorrido por aqueles que estiverem dispostos a encontrá-lo, valorizá-lo e reverenciá-lo, incorporando as suas práticas a uma nova forma de vida. A sua sexualidade pode ser adormecida, desperdiçada ou cultuada como uma fonte de rejuvenescimento e de prazer. Cabe a você fazer a sua escolha.


Convidamos você a conhecer o nosso trabalho e a desenvolver-se de uma maneira totalmente nova, explorando todo o potencial de expansão presentes no seu corpo. Na Comunna Metamorfose dispomos de todas as condições para você desenvolver a sexualidade sagrada. Os terapeutas credenciados mais experientes poderão conduzi-los através das práticas de fortalecimento dos músculos sexuais e na abertura dos sentidos, de forma a lhe permitir perceber o real significado da sexualidade sagrada.

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